sexta-feira, 16 de março de 2012

Alfabetização

Receita de Alfabetização
Ingredientes:
1 criança de 6 anos
1 uniforme escolar
1 sala de aula decorada
1 cartilha
Preparo:
Pegue 1 criança de 6 anos, limpe bem, lave e enxágüe com cuidado. Enfie a criança dentro do uniforme e coloque-a sentadinha na sala de aula (decorada com motivos infantis). Nas oito primeiras semanas, sirva como alimentação exercícios de prontidão. Na nona semana, ponha a cartilha nas mãos da criança.Atenção:tome cuidado para que ela não se contamine com o contato de livros, jornais, revistas e outros materiais impressos.Abra bem a boca da criança e faça com que ela engula as vogais. Depois de digeridas as vogais, mande-a mastigar uma a uma as palavras da cartilha. Cada palavra deve ser mastigada no mínimo sessenta vezes. Se houver dificuldade para engolir, separe as palavras em pedacinhos.Mantenha a criança em banho-maria durante quatro meses, fazendo exercícios de cópia. Em seguida, faça com que a criança engula algumas frases inteiras. Mexa com cuidado para não embolar.Ao fim do oitavo mês, espete a criança com um palito, ou melhor, aplique uma prova de leitura e verifique se ela devolve pelo menos 70% das palavras e frases engolidas.Se isso acontecer considere a criança alfabetizada. Enrole-a num bonito papel de presente e despache-a para a série seguinte.Se isso não acontecer se a criança não devolver o que lhe foi dado para engolir, recomece a receita desde o início, isto é, volte aos exercícios de prontidão. Repita a receita quantas vezes for necessário. Se não der resultado, ao fim de três anos enrole a criança em um papel pardo e coloque um rótulo: Aluno Renitente.Se não gostar da receita PARABÉNS.Nesse caso use a alfabetização sem receita.
Alfabetização sem Receita
Pegue uma criança de seis anos mais ou menos, no estado em que estiver, suja ou limpa, e coloque-a numa sala de aula onde existam muitas coisas escritas para olhar, manusear e examinar.Sirva jornais velhos, revistas, embalagens, anúncios publicitários, latas de óleo vazias, caixas de sabão, sacolas de supermercado, enfim, tudo o que estiver entulhando os armários de sua casa ou escola e que tenha coisas escritas.Convide a criança para brincar e ler, adivinhando o que está escrito. Você vai descobrir que ela sabe muita coisa!Converse com a criança, troque idéias sobre quem são vocês e as coisas que gostam ou não. Depois escreva no quadro algumas coisas que forem ditas e leia para ela.Peça à criança que olhe as coisas escritas que existem por aí, nas ruas, nas lojas, na televisão. Escreva algumas dessas coisas no quadro.Deixe a criança cortar letras, palavras e frases dos jornais velhos. Não esqueça de pedir para que ela limpe a sala depois, explicando que assim a escola fica limpa.Todos os dias leia em voz alta alguma coisa interessante: historinhas, poesia, notícia de jornal, anedota, letra de música, adivinhação, convite, mostre numa nota fiscal algo que você comprou, procure um nome na lista telefônica. Mostre também algumas coisas escritas que talvez a criança não conheça: dicionário, telegrama, carta, livro de receitas.Desafie a criança a pensar sobre a escrita e pense você também. Quando a criança estiver tentando escrever, deixe-a perguntar ou ajudar o colega. Aceite a escrita da criança. Não se apavore se a criança estiver comendo letras. Até hoje não houve caso de indigestão alfabética?.Invente sua própria cartilha, selecione palavras, frases e textos interessantes e que tenham a ver com a realidade da criança. Use sua capacidade de observação, sua experiência e sua imaginação para ensinar a ler. Leia e estude sempre e muito.

Fonte:// brincandonaescola.blogspot.com/2008/02/receita-de-alfabetizao.html

sábado, 17 de dezembro de 2011

CURSO NORMAL

Um passo à frente 


Benílson Sancho

Diretor-adjunto do IEPIC

O Curso Normal, em função da própria legislação que ameaça invalidar sua existência, é hoje motivo para muita polêmica. Se, por um lado, seus algozes exigem o Diploma Superior como selo de qualidade profissional, por outro, o time de casa possui bons argumentos para não arredar o pé da Educação.

Segundo Benílson Sancho, diretor-adjunto e diretor de projetos da primeira Escola Normal da América Latina - o Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (IEPIC) -, a formação do educador não pode mesmo se esgotar no Ensino Médio, mas eliminar essa etapa inicial compromete a qualificação lá na frente.

“Nós estamos convencidos de que a formação do professor em nível superior é essencial, mas o Ensino Médio Normal é um primeiro degrau neste processo. O normalista começa a tecer a discussão pedagógica mais cedo e, quando chega à faculdade, possui um diferencial para já alçar um voo maior”, defende o diretor.

“Como dizia Paulo Freire, ‘nós somos educadores educandos’ e o bom profissional está em contínuo aprendizado. Mas é importante entender também que o aluno que cursa o Ensino Médio regular e ingressa diretamente na Pedagogia fica com a formação defasada”, completa.

Portas abertas para o mundo

A Escola Normal não só desenvolve o senso crítico e o posicionamento do aluno diante do grupo, mas a própria prática em sala de aula amplia o seu repertório de possibilidades. O normalista costuma falar em público com muita naturalidade, articulando bem os pensamentos, por um único motivo: a força do hábito.

“Nós tivemos uma estagiária aqui no IEPIC que veio do curso de Psicologia, e ela tremia feito uma vara. Nós tivemos que acalmá-la. No Ensino Normal, como começamos a praticar desde o 2º ano, adquirimos experiência com crianças, metemos mesmo a cara e ralamos para elaborar uma proposta pedagógica criativa. É lógico que, na primeira aula, vamos ficar nervosos. A gente treme, gagueja muito, sem falar que estamos na frente de 30 alunos e a professora no fundo da sala avaliando. Mas quando chegamos à faculdade tudo parece bastante natural. Hoje tem estágio, então “vambora”! Você já tem o costume”, explica a aluna do 2º ano, Alessandra Gonçalves.

Ao que consta da admissão nos Institutos de Educação, a demanda pelo Curso Normal existe. Bem como o seu diferencial: jovens que completam a formação de professores em nível médio apresentam consciência pedagógica, além de uma postura mais madura perante a vida e o mercado de trabalho. Neste ponto, parece mesmo que a prática de estágios, monitorias e seminários, além de uma grade curricular diferenciada, auxiliam bastante. Mas, afinal, como fica o Instituto formador de gerações críticas e transformadoras da realidade? A pergunta está em aberto.

Para Sancho, o caminho dessas tradicionais instituições que formam milhares de professores de Ensino Fundamental todo o ano precisa ser discutido em parceria.

“Existe hoje uma demanda enorme de alunos em busca dessa formação, mas docentes, alunos, comunidade escolar e poder público precisam sentar juntos para discutir e buscar uma saída. Qual é o nosso futuro? Essa reposta precisa ser construída coletivamente. A gente está precisando sentar para discutir e encontrar um caminho”, sugere o educador.

Site: CONEXÃO PROFESSOR